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Relatório apresenta ações para acabar com a escassez de profissionais de cibersegurança na AL

A economia latino-americana pode estar em sério risco, se não cuidar da carência de mão de obra especializada em cibersegurança. Relatório apresentado pela Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela Cisco – “Desenvolvimento da Força de Trabalho de Cibersegurança na era de escassez de talento e habilidades” – aborda a problemática derivada da falta de profissionais no setor.

O estudo aponta que a demanda por mão de obra especializada em cibersegurança na região aumentou substancialmente devido a vários fatores, incluindo maior conectividade digitalização e a transformação digital em si, além da intensificação das atividades econômicas no ambiente digital, aumento das vulnerabilidades, entre outros.

Outra conclusão do estudo é que o aumento da demanda foi agravado pela pandemia da COVID-19 e pela falta tempo para desenvolver novos talentos em segurança cibernética. O relatório lembra que treinamento e educação podem levar anos para chegar ao ponto de equilíbrio e ressalta que, mesmo que trabalhadores de outras ocupações e setores tenham o conjunto de habilidades adequado para se tornarem profissionais de segurança cibernética, eles não podem mudar de profissão ou setor imediatamente. “Portanto, no curto prazo, a curva de oferta é bastante inelástica ou, em outras palavras, não muito sensível ao preço”, indica o documento.

O relatório cita a estimativa da ISC2, segundo a qual a carência de mão de obra especializada em cibersegurança chegaria a 1.230.365 profissionais na América Latina e Caribe.

A partir de uma análise detalhada do mercado de trabalho em cibersegurança, o relatório aponta as causas do gap de talentos através de três perspectivas:

•      Em relação à oferta, investiga as razões pelas quais não há vocações suficientes em cibersegurança, seja relacionada com a falta de informação, ou com informações confusas e contraditórias das que já existem.

•      Em relação à demanda, aprofunda sobre como as organizações, tanto públicas como privadas, podem reduzir a necessidade de profissionais a partir de investimentos na requalificação de seus funcionários, por exemplo.

•      Pela perspectiva dos governos, que são os responsáveis por promover iniciativas que dinamizam o mercado de trabalho em cibersegurança, aponta a necessidade de incluir iniciativas específicas para o setor em suas estratégias nacionais e marcos regulatórios.

Entre as soluções propostas pelo relatório estão:

•      Educação em temas digitais para crianças e jovens;

•      Acesso a programas de formação;

•      Clareza das posições e responsabilidades para desenvolver a força de trabalho;

•      Criação e implementação de estratégias nacionais e planos de ação dos governos como fundamento chave para impulsionar o desenvolvimento de talento em cibersegurança, como parte das agendas nacionais nos países da América Latina.

A Secretária Executiva do Comitê Interamericano contra o Terrorismo da OEA, Alison Treppel, afirmou que “este relatório irá, sem dúvida, contribuir para reforçar as capacidades de cibersegurança na região, em um momento em que a América Latina e o Caribe aparecem como alvo prioritário dos cibercriminosos. Para reforçar o ecossistema de segurança cibernética, é necessário trabalhar de uma forma abrangente e coordenada no desenvolvimento da força de trabalho. Para tal, todas as partes interessadas devem trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios de forma colaborativa a fim de apresentar soluções viáveis e sustentáveis”.

Para Mario de la Cruz, Diretor de Assuntos Governamentais da Cisco América Latina, “as capacidades, ferramentas e oportunidades que a América Latina tem para consolidar o seu crescimento econômico, reduzir os gaps e criar inclusão passam inevitavelmente pela transformação digital, o que não pode acontecer sem a existência de bases sólidas de cibersegurança em todos os níveis da população: desde a alfabetização digital até ao combate mais avançado contra as ameaças digitais. Precisamos criar esses talentos”.

A publicação deste estudo faz parte do acordo de cooperação entre a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Cisco para criar os Conselhos de Inovação de Cibersegurança, uma iniciativa que reúne líderes de setores público e privado, sociedade civil e academia para promover a inovação, sensibilizar e divulgar as melhores práticas de segurança cibernética na América Latina.

Para mais informações acesse o relatório completo em espanhol aqui.

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