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RH Tech: o vendedor de vagas em segurança cibernética

As demissões ou layoff promovidas pelas big techs em todo o mundo reduz a inflação salarial, segundo estudo divulgado pela Robert Half, mas não minimiza a demanda por estes profissionais em outros setores econômicos, tampouco alivia os esforços das empresas na contratação de especialistas em cibersegurança.

Reportagem divulgada pelo G1 no último domingo, 16, destaca, dentre outras conclusões, dois fatos de importante atenção: o mercado continuará gerando vagas para profissionais de tecnologia; e os perfis de profissionais com menor nível de experiência (que ganham menos) e os especialistas em segurança cibernética continuarão com remuneração mais alta.

“A segurança da informação é fundamental para qualquer organização. Com a pandemia, quando tudo precisou mudar, este tema ficou ainda mais evidente no mercado”, afirma Cristiane Kely Feliciano, Tech Recruiter no Banco ABC Brasil.https://cybertechbr.org/tag/ciberseguranca/

Há quatro meses no Banco e com uma bagagem de 10 anos de experiência profissional, Cristiane foi contratada principalmente pelo seu diferencial no recrutamento e seleção de profissionais de tecnologia. Ela destaca a dificuldade de preencher as vagas na área de segurança cibernética, algo que tem demandado de 45 a 50 dias, em média, de esforços.  

“Nesta área, os candidatos recebem milhares de propostas, o que exige da empresa um esforço adicional para encantá-lo”, informa Cristiane. Segundo ela, o recrutador precisa conhecer muito bem o negócio, a cultura da empresa, os diferenciais e o perfil do líder da área que oferece a vaga.

Inversão de papeis

“Tenho que entrevistar, encantar e fazer o candidato entender que aqui é a melhor empresa para ele trabalhar”, conta Cristiane, lembrando que o profissional não se sente atraído apenas pelo salário, mas por um combo de ofertas, que inclui a remuneração, flexibilidade para trabalho presencial e remoto, a cultura da empresa, a ética e a solidez da instituição, além do perfil do líder, da vaga e da área a ser atendida. Tudo isto deve coincidir com os planos de carreira e de vida pessoal do candidato.

Concorrido dentro e fora do Brasil e vivendo um longo período de pressão devido ao aumento dos ataques cibernéticos, o profissional não só é entrevistado como também entrevista o recrutador antes de tomar a decisão para qual empresa emprestará o seu talento. Mas Cristiane chama a atenção para a importância do profissional apresentar casos de sucesso da sua carreira durante a entrevista. “Se ele diz que que tem experiência em blue team (defesa), por exemplo, eu peço a ele para apresentar como contribuiu para minimizar um ataque”, conta.

Segundo Cristiane, esta questão mais comportamental lhe permite fugir dos candidatos “fakes” e capitar se a pessoa realmente tem o perfil compatível com vaga. A especialista também compartilha que solicita ao gestor da área uma pergunta técnica que lhe proteja dos enganos e omissões.

A corrida por profissionais especializados não só inflaciona os salários como reduz a faixa etária e o tempo médio de experiência do profissional. “Muitas empresas estão apresentando a vaga pelo salário. A pessoa aceita, mas pode ser que não tenha a maturidade necessária”, diz Cristiane.

Perguntada sobre como as organizações veem o aumento da frequência na troca de emprego pelos profissionais, Cristiane Feliciano afirma: “a cultura mudou, mas o ‘profissional pula pula’ ainda não é algo bem-visto”. Ela justifica dizendo que não se desenvolve um projeto em três meses. Ou seja, se a pessoa trocou de empresa em pouco tempo, não finalizou qualquer projeto. “Sem ao menos um ano na empresa – para ter começo, meio e fim de um projeto, fica complicado”, finaliza a especialista.

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